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COMÉRCIO EXTERIOR DE MARÍLIA: PRINCIPAIS MERCADOS ORIGEM-DESTINO E PRODUTOS TRANSACIONADOS

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COMÉRCIO EXTERIOR DE MARÍLIA: PRINCIPAIS MERCADOS ORIGEM-DESTINO E PRODUTOS TRANSACIONADOS

ARTIGOS 16 de junho de 2025
COMÉRCIO EXTERIOR DE MARÍLIA: PRINCIPAIS MERCADOS ORIGEM-DESTINO E PRODUTOS TRANSACIONADOS https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-superior-carrinho-de-compras-cheio-de-dinheiro_7870716.htm#fromView=search&page=1&position=37&uuid=b2405d39-8991-40cd-ad44-9edacc2afbc1&query=market

Introdução

 

Este relatório tem como objetivo apresentar os mercados de origem e destino do comércio exterior de Marília no período de 2000 a 2024, bem como identificar os cinco principais produtos que compõem a pauta comercial do município. Os dados analisados foram coletados junto ao ComexStat, repositório de dados de comércio exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), com base na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e no nível de detalhamento SH2 para os produtos.

Este relatório está dividido em duas seções para facilitar a compreensão do cenário comercial de Marília. A primeira seção, "Mercados Origem-Destino", oferece uma análise aprofundada dos principais parceiros comerciais de Marília entre 2000 e 2024, ilustrando a evolução, a diversificação e a concentração do comércio exterior do município. A segunda seção, "Principais Produtos no Comércio Exterior de Marília", detalha os cinco códigos de produtos mais relevantes em cada ano, apresentando sua participação, valores e unidades de valor, oferecendo uma visão da dinâmica produtiva da cidade.

 

1 Mercados Origem-Destino: Análise dos Principais Países Parceiros Comerciais de Marília

 

Resumo Executivo

Exportações

·     Forte crescimento com flutuações: As exportações registraram expressivo crescimento até 2012, passando de US$ 6,9 milhões para US$ 48,4 milhões, seguido por estabilidade.

·     Mudanças na hierarquia dos países: Observou-se uma sucessão na posição entre os países destino das exportações (Argentina → EUA → Rússia → EUA).

·     Concentração de Fornecedores: Houve uma diminuição da participação relativa dos cinco principais mercados consumidores de Marília, com maior diversificação e menor risco de concentração em poucos destinos.

Importações de Marília

·     Forte crescimento com flutuações: As importações apresentaram um crescimento até 2012, passando de US$ 4,4 milhões para US$ 44,8 milhões. Após uma queda em 2018, houve uma retomada em 2024, atingindo US$ 47,8 milhões.

·     Mudanças na hierarquia dos países: Observou-se uma sucessão na posição entre os países de origem no período, com Argentina, Uruguai e Chile alternando-se na primeira posição.

·     Concentração de Fornecedores: Os cinco principais países fornecedores de Marília mantiveram uma concentração significativa, respondendo por cerca de 75% a 85% do total das importações.

 

A Tabela 1 apresenta os principais países destino das exportações de Marília no período de 2000 a 2024. Uma análise preliminar revela que houve um crescimento absoluto muito expressivo até 2012, seguido de estabilidade nos anos seguintes. De fato, as exportações passaram de US$ 6,9 milhões em 2000 para US$ 48,4 milhões em 2012 (um aumento de cerca de sete vezes), mantendo-se nesse patamar a partir de então.

 

Tabela 1 - Destino das exportações de Marília: anos selecionados, mil US$ corrente

Países

2000

2006

2012

2018

2024

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

África do Sul

 

   

970

3,3

7

1.153

2,4

9

           

Angola

87

1,4

9

4.501

15,2

2

4.772

9,9

3

           

Argentina

2.919

47,3

1

2.123

7,2

4

1.902

3,9

7

2.575

5,2

5

1.959

4,1

9

Argélia

                 

6.603

13,3

2

     

Austrália

     

1.009

3,4

6

                 

Bolívia

107

1,7

8

                       

Canadá

     

763

2,6

10

2.425

5

4

2.121

4,3

7

4.170

8,6

3

Chile

     

809

2,7

8

     

2.019

4,1

8

2.165

4,5

8

Cuba

           

1.634

3,4

8

           

Estados Unidos

945

15,3

2

6.446

21,7

1

12.876

26,6

1

6.116

12,3

3

9.308

19,3

1

Hong Kong

197

3,2

6

                       

Japão

     

764

2,6

9

                 

México

                 

1.898

3,8

9

     

Paraguai

82

1,3

10

           

1.854

3,7

10

2.685

5,6

5

Peru

320

5,2

5

     

2.324

4,8

5

     

1.363

2,8

10

Porto Rico

182

2,9

7

                       

República Dominicana

     

1.578

5,3

5

944

2

10

2.389

4,8

6

2.394

5

7

Rússia

                 

6.720

13,5

1

2.512

5,2

6

Uruguai

472

7,6

3

2.340

7,9

3

2.102

4,3

6

2.796

5,6

4

3.336

6,9

4

Venezuela

356

5,8

4

     

5.201

10,8

2

     

4.288

8,9

2

Subtotal

5.666

91,7

 

21.302

71,9

 

35.333

73,1

 

35.090

70,6

 

34.180

70,9

 

Demais países

511

8,3

 

8.355

28,1

 

13.014

26,9

 

14.598

29,4

 

14.156

29,1

 

Total

6.178

100,0

 

29.657

100,0

 

48.347

100

 

49.689

100,0

 

48.336

100,0

 

Fonte: Comex Stat-MDIC, 2025. Elaboração própria.

Do ponto de vista dos países destino das exportações, em 2000, a Argentina foi, de longe, o principal mercado-alvo de Marília, com US$ 2,9 milhões ou 47,3% do total. Em seguida vinham os Estados Unidos (US$ 945 mil ou 15,3%), o Uruguai (US$ 472 mil ou 7,6%), a Venezuela (US$ 356 mil ou 5,8%) e o Peru (US$ 320 mil ou 5,2%), que juntos responderam por cerca de 82% do valor exportado naquele ano.

Já em 2006, os Estados Unidos assumiram a liderança, com US$ 6,4 milhões ou 21,7% do total, seguidos por Angola (US$ 4,5 milhões ou 15,2%), Uruguai (US$ 2,3 milhões ou 7,9%), Argentina (US$ 2,1 milhões ou 7,2%) e Canadá (US$ 763 mil ou 2,6%). A participação conjunta desses cinco países caiu para cerca de 54%, indicando maior diversificação e menos dependência de um único mercado consumidor - a Argentina.

Em 2012, os Estados Unidos continuaram na liderança, com US$ 12,9 milhões ou 26,6% das exportações. Em seguida apareceram a Argélia (US$ 6,6 milhões ou 13,3%), a Venezuela (US$ 5,2 milhões ou 10,8%), Angola (US$ 4,8 milhões ou 9,9%) e a República Dominicana (US$ 1,6 milhão ou 5,3%). Juntos, esses cinco países responderam por cerca de 66% das vendas externas em 2012. Esses dados evidenciam que, apesar da liderança dos Estados Unidos, houve diversificação das exportações marilienses para o continente africano.

Em 2018, a Rússia se tornou o principal destino, com US$ 6,7 milhões ou 13,5% das exportações, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 6,1 milhões ou 12,3% (menor participação do período). Na sequência apareceram a Venezuela (US$ 5,2 milhões ou 10,8%), o Uruguai (US$ 2,8 milhões ou 5,6%) e o Canadá (US$ 2,4 milhões ou 5,0%). Juntos, esses cinco países responderam por cerca de 47% do total, refletindo maior diversificação dos mercados e o ganho de relevância do Leste Europeu e da América do Norte.

Em 2024, os Estados Unidos retomaram o protagonismo, com US$ 9,3 milhões ou 19,3% das exportações, sendo seguidos pela Venezuela (US$ 4,3 milhões ou 8,9%), pelo Canadá (US$ 4,2 milhões ou 8,6%), pelo Uruguai (US$ 3,3 milhões ou 6,9%) e pela Rússia (US$ 2,5 milhões ou 5,2%). Os cinco principais países destino concentraram cerca de 49% das exportações, nas Américas do Norte e Latina.

A tabela 2, por sua vez, apresenta os países origem das importações de Marília, e mostra seu crescimento absoluto muito expressivo até 2012, seguido por um declínio em 2018 e, em seguida, nova elevação em 2024. As importações passaram de US$ 4,4 milhões em 2000 para US$ 44,8 milhões em 2012 (um aumento de mais de dez vezes), recuaram para US$ 35,5 milhões em 2018 (–20,7%) e voltaram a subir para US$ 47,8 milhões em 2024 (+34,7% em relação a 2018).

Em contrapartida, a Tabela 2 apresenta os países de origem das importações de Marília e revela um crescimento marcante até 2012, seguido de recuo em 2018 e, finalmente, uma nova elevação em 2024. As importações passaram de US$ 4,4 milhões em 2000 para US$ 44,8 milhões em 2012 (praticamente dez vezes mais), recuaram para US$ 35,5 milhões em 2018 (queda de 20,7%) e, em 2024, retomaram vigorosamente a trajetória de alta, alcançando US$ 47,8 milhões (alta de 34,7% em relação a 2018).

Tabela 2 - Origem das importações de Marília: anos selecionados, mil US$ corrente

Países

2000

2006

2012

2018

2024

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Valor

%

Rank

Alemanha

253

5,8

5

243

2,2

8

673

1,5

8

1.595

4,5

6

3.438

7,2

6

Argentina

1.635

37,3

1

3.553

31,6

1

10.131

22,6

2

3.549

10

4

6.621

13,9

2

Chile

           

1.475

3,3

7

8.620

24,3

1

12.982

27,2

1

China

     

208

1,9

9

8.110

18,1

3

7.034

19,8

2

4.626

9,7

5

Coreia do Sul

233

5,3

6

           

464

1,3

10

     

Espanha

161

3,7

7

358

3,2

7

                 

Estados Unidos

416

9,5

4

1.107

9,9

4

2.078

4,6

6

4.708

13,3

3

6.410

13,4

4

França

55

1,3

10

202

1,8

10

                 

Hong Kong

     

588

5,2

6

                 

Itália

797

18,2

2

1.484

13,2

3

5.301

11,8

4

1.569

4,4

8

     

Malásia

596

13,6

3

2.109

18,8

2

           

1.565

3,3

8

Países Baixos (Holanda)

65

1,5

8

                       

Romênia

                 

1.583

4,5

7

423

0,9

10

Taiwan (Formosa)

           

411

0,9

10

           

Turquia

63

1,4

9

979

8,7

5

2.746

6,1

5

3.067

8,6

5

6.516

13,6

3

Uruguai

           

11.738

26,2

1

1.536

4,3

9

2.287

4,8

7

Vietnã

                       

650

1,4

9

Áustria

           

598

1,3

9

           

Subtotal

4.272

97,6

 

10.832

96,5

 

43.261

96,4

 

33.725

95

 

45.519

95,4

 

Demais países

113

2,4

 

401

3,5

 

1.489

3,6

 

1.773

5

 

2.262

4,6

 

Total

4.385

100,0

 

11.233

100,0

 

44.750

100,0

 

35.498

100,0

 

47.780

100,0

 

    Fonte: Comex Stat-MDIC, 2025. Elaboração própria.

 

Do ponto de vista dos principais países fornecedor de Marília, em 2000 a Argentina foi o maior fornecedor, com US$ 1,6 milhão ou 37,3% das importações. Em seguida vieram a Itália (US$ 797 mil – 18,2%), a Malásia (US$ 596 mil – 13,6%), os Estados Unidos (US$ 416 mil – 9,5%) e o Uruguai (US$ 472 mil – 7,6%). Esses cinco países responderam por aproximadamente 82% do total importado, sendo preponderantemente originárias da América do Sul (44,9%) e da Europa (18,2%).

Em 2006, a Argentina manteve‐se como maior fornecedora, com US$ 3,6 milhões ou 31,6% das importações marilienses. Em seguida vieram a Malásia (US$ 2,1 milhões – 18,8%), a Itália (US$ 1,5 milhão – 13,2%), os Estados Unidos (US$ 1,1 milhão – 9,9%) e a Turquia (US$ 979 mil – 8,7%). Esses cinco países responderam por aproximadamente 82,2% do total importado, sendo preponderantemente originárias da América do Sul (39,5%) e da Ásia (18,8%).

Em 2012, o Uruguai assumiu a liderança, com US$ 11,7 milhões ou 26,2% das importações de Marília, seguido pela Argentina (US$ 10,1 milhões – 22,6%), pela China (US$ 8,1 milhões – 18,1%), pela Itália (US$ 5,3 milhões – 11,8%) e pela Turquia (US$ 2,7 milhões – 6,1%). Juntos, esses cinco fornecedores concentraram cerca de 84,8% das importações, com destaque para a América do Sul (48,8%) e a Ásia (18,1%).

Em 2018, o Chile tornou‐se o principal fornecedor de Marília, com US$ 8,6 milhões ou 24,3% das importações da cidade), seguido pela China (US$ 7,0 milhões – 19,8%), pelos Estados Unidos (US$ 4,7 milhões – 13,3%), pela Argentina (US$ 3,5 milhões – 10,0%) e pela Turquia (US$ 3,1 milhões – 8,6%). Esses cinco países representaram cerca de 76,0% do total importado, sendo preponderantemente da América do Sul (34,3%) e da Ásia (19,8%).

Em 2024, o Chile consolidou‐se na primeira posição, com US$ 13,0 milhões ou 27,2% das importações do município, seguido pela Argentina (US$ 6,6 milhões – 13,9%), pela Turquia (US$ 6,5 milhões – 13,6%), pelos Estados Unidos (US$ 6,4 milhões – 13,4%) e pela China (US$ 4,6 milhões – 9,7%). Esses cinco fornecedores somaram cerca de 77,8% do total importado, sendo preponderantemente provenientes da América do Sul (41,1%) e da Europa (13,6%).

 

 

2 Principais Produtos no Comércio Exterior de Marília

 

Resumo Executivo

Exportações

 Crescimento robusto e estabilidade: as exportações de produtos cresceram de US$ 6,1 milhões em 2000 para US$ 48,3 milhões em 2012 e mantiveram-se em US$ 48,3 milhões em 2024.
• Mudanças na hierarquia dos produtos: em 2000, açúcares (cód. 17) lideravam com 33,0 %; em 2012, açúcares mantiveram a frente (52,5 %) seguidos por oleaginosas/cereais (cód. 12) com 30,8 %; em 2018, oleaginosas/cereais assumiram liderança (30,8 %); em 2024, açúcares retomaram a dianteira (31,8 %).
• Concentração dos principais produtos: a concentração dos top5 produtos mais exportados variou de 93,4% em 2000 para 95,7% em 2006, atingiu 98,6% em 2012 e caiu para 92,4% em 2024.

Importações
Crescimento e recuperação: importações de produtos passaram de US$ 4,4 milhões em 2000 para US$ 44,8 milhões em 2012, recuaram para US$ 35,5 milhões em 2018 e alcançaram US$ 47,8 milhões em 2024.
Mudanças na hierarquia dos produtos: em 2000, açúcares (cód. 17) lideravam com 33,0 %; em 2012, o produto de cód. 3 foi o principal (34,4 %); em 2018, o mesmo cód. 3 manteve liderança (41,1 %); em 2024, cód. 3 permaneceu à frente (33,5 %).
Concentração dos principais itens: a participação dos top5 produtos mais importados variou de 93,0% em 2000 para 98,6% em 2012, caindo para 81,8% em 2024, o que demonstra maior dispersão na pauta de importação.

 

A Tabela 3 detalha os principais produtos exportados por Marília entre 2000 e 2024. Inicialmente, a pauta de exportações mostrou alta concentração em apenas cinco códigos. Elas cresceram de US$ 6,2 milhões em 2000 para US$ 48,3 milhões em 2012, um aumento de cerca de sete vezes, mantendo-se nesse patamar até 2024, mesmo com mudanças na participação dos principais produtos.

 

Tabela 3 - Principais produtos exportados por Marília: anos selecionados, mil US$ corrente

Cod.

2000

 

Rank

2006

Rank

2012

Rank

2018

 

 

Rank

2024

 

 

Rank

 

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

 

12

     

 

               

15.311

30,8

1,03

1

6.239

12,9

1,49

3

17

2.038

33,0

0,90

1

10.024

33,8

0,62

1

25.372

52,5

0,98

1

10.729

21,6

0,64

2

15.381

31,8

2,03

1

18

1.260

20,4

1,82

2

5.870

19,8

1,95

3

4.956

10,3

3,06

3

       

4.460

9,2

2,36

4

19

1.237

20,0

1,11

3

7.534

25,4

1,40

2

9.956

20,6

2,11

2

7.335

14,8

2,04

3

7.876

16,3

2,24

2

20

826

13,4

1,66

4

       

4.906

10,1

2,94

4

4.010

8,1

1,88

5

       

44

       

1.704

5,7

0,76

5

1.600

3,3

1,51

5

5.589

11,2

1,20

4

       

84

405

6,6

11,73

5

1.732

5,8

9,07

4

                       

90

                               

4.193

8,7

145,18

5

Subtotal

5.768

93,4

   

28.380

95,7

   

47.661

98,6

   

48.434

97,5

   

44.656

92,4

   

Outros

410

6,6

   

1.277

4,3

   

686

1,4

   

1.255

2,5

   

3.680

7,6

   

Total

6.178

100,0

 

 

29.657

100,0

 

 

48.347

100,0

 

 

49.689

100,0

 

 

48.336

100,0

 

 

     Fonte: Comex Stat-MDIC, 2025. Elaboração própria.

 

Em 2000, cerca de 93% das exportações já se concentravam em cinco produtos, totalizando US$ 6,178 milhões. O código 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) liderava com US$ 2,0 milhões (33,0%). Em seguida, vinham os códigos: 18 (Cacau e suas preparações) com US$ 1,2 milhão (20,4%); 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite; produtos de padaria) com US$ 1,237 milhão (20,0%); 20 (Preparações de vegetais, frutas, nozes ou outras partes de plantas) com US$ 826 mil (13,4%); e 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) com US$ 405 mil (6,6%). Apesar da elevada unidade de valor (UV) de 11,73, o código 84 representava uma parcela modesta do total. Os "Outros" produtos somavam 6,6%.

Em 2006, a concentração das exportações de Marília permaneceu alta, com os cinco principais produtos respondendo por 95,7% do valor total, que atingiu US$ 29,6 milhões. O código 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) manteve a liderança, contribuindo com US$ 10,0 milhões (33,8%). O código 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite; produtos de padaria) alcançou US$ 7,5 milhões (25,4%), e o código 18 (Cacau e suas preparações) somou US$ 5,8 milhões (19,8%). O código 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) registrou US$ 1,732 milhão (5,8%); embora sua unidade de valor (UV) continuasse elevada, sua participação percentual diminuiu em relação a 2000. Os demais produtos representaram 4,3% (US$ 1,277 milhão) do total exportado.

Já em 2012, Marília alcançou uma concentração extrema nas exportações, totalizando US$ 48,3 milhões. O código 17 disparou para 52,5% (US$ 25,3 milhões). O código 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) emergiu como novo destaque, respondendo por 30,8% (US$ 15,3 milhões). Os códigos 19, 18 e 20 (reduzido para "Preparações de vegetais, frutas, nozes") completaram o top-5, e "Outros" somaram apenas 1,4%. Muitos produtos exibiam UV acima de US$ 2/kg, indicando avanço no valor agregado.

Em 2012, Marília atingiu uma concentração extrema nas exportações, que totalizaram US$ 48,3 milhões. O código 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) passou a responder por 52,5% (US$ 25,3 milhões) das exportações. O código 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) emergiu como novo destaque, respondendo por 30,8% (US$ 15,3 milhões). Os códigos 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite; produtos de padaria), 18 (Cacau e suas preparações) e 20 (Preparações de vegetais, frutas, nozes ou outras partes de plantas) completaram a lista dos cinco principais produtos, enquanto "Outros" somaram apenas 1,4%. Além disso, vários produtos passaram a exibir unidade de valor acima de US$ 2/kg, indicando avanço no valor agregado.

A pauta de exportação de Marília passou por uma reconfiguração em 2018, que totalizaram US$ 49,6 milhões. O código 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) assumiu a liderança com 30,8% (US$ 6,2 milhões), enquanto o código 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) registrou uma queda significativa para 21,6% (US$ 10,7 milhões). O código 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite; produtos de padaria) manteve sua relevância. Novos códigos passaram a compor lista dos cinco principais produtos: o 44 (Madeira e obras de madeira; carvão vegetal), com US$ 1,6 milhão (3,3%), e o 90 (Instrumentos e aparelhos ópticos, fotográficos, cinematográficos, de medida), com US$ 4,1 milhões (8,7%). O código 90 alcançou uma unidade de valor de US$ 145,18/kg, sinalizando exportações pontuais de alta sofisticação. Juntos, esses cinco códigos representaram 97,5% do total.

Por fim, em 2024, as exportações totalizaram US$ 48,3 milhões. O código 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) recuperou a liderança, com 31,8% (US$ 15,3 milhões) assim como um notável aumento da unidade de valor (UV) para US$ 2,03/Kg, superando a média do período anterior. O código 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) manteve-se estável em 30,8%. Os códigos 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite; produtos de padaria) e 44 (Madeira e obras de madeira; carvão vegetal) cresceram em participação, e o código 18 (Cacau e suas preparações) retornou ao top-5. Juntos, os cinco principais produtos responderam por 92,4% das exportações, com os 7,6% restantes (US$ 3,6 milhões) atribuídos a "Outros".

Marília apresenta forte vantagem comparativa na indústria de alimentos, evidenciada pelo peso expressivo de códigos como 17 (Açúcares e produtos de confeitaria), 19 (Preparações de cereais, farinhas, amidos ou leite) e 18 (Cacau e suas preparações), que dominam a pauta exportadora. Mesmo com a presença de bens de maior valor agregado (códigos 84 e 90), a vocação exportadora da cidade segue alicerçada no setor alimentício, o que reforça sua competitividade e especialização nesse nicho.

Tabela 4 - Principais produtos importados por Marília: anos selecionados, mil US$ corrente

Cod.

2000

 

Rank

2006

Rank

2012

Rank

2018

 

 

Rank

2024

 

 

Rank

 

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

Valor

%

UV

 

3

653

14,9

0,84

3

1.381

12,3

1,85

3

15.389

34,4

2,89

1

14.587

41,1

4,51

1

16.011

33,5

6,15

1

7

 

 

 

 

 

 

 

 

1.819

4,1

1,36

5

 

 

 

 

 

 

 

 

8

 

 

 

 

983

8,8

6,20

5

3.276

7,3

6,18

4

3.906

11,0

5,20

4

6.798

14,2

7,47

2

10

 

 

 

 

1.122

10,0

0,16

4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12

764

17,4

0,63

2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.640

7,6

1,55

4

15

596

13,6

1,03

4

2.109

18,8

1,05

2

 

 

 

 

1.049

3,0

1,83

5

3.220

6,7

2,25

5

39

 

 

 

 

 

 

 

 

10.171

22,7

2,20

2

 

 

 

 

 

 

 

 

54

242

5,5

5,15

5

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

84

1.606

36,6

11,20

1

2.977

26,5

20,84

1

7.284

16,3

15,80

3

6.704

18,9

26,91

2

6.639

13,9

16,12

3

90

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4.846

13,7

478,29

3

 

 

 

 

Subtotal

4.111

93,8

 

 

9.913

88,2

 

 

39.601

88,5

 

 

31.181

87,8

 

 

39.108

81,8

 

 

Outros

273

6,2

 

 

1.321

11,8

 

 

5.149

11,5

 

 

4.316

12,2

 

 

8.672

18,2

 

 

Total

4.384

100,0

 

 

11.233

100,0

 

 

44.750

100,0

 

 

35.498

100,0

 

 

47.781

100,0

 

 

     Fonte: Comex Stat-MDIC, 2025. Elaboração própria.

 

A Tabela 4 apresenta os principais produtos importados por Marília no período de 2000 a 2024. Uma análise preliminar indica que a pauta de importações também se concentra em poucos códigos e cresce substancialmente até 2012, passando de US$ 4,3 milhões em 2000 para US$ 44,7 milhões em 2012 (um aumento de dez vezes). Em seguida, há uma queda para US$ 35,4 milhões em 2018, com novo aumento para US$ 47,7 milhões em 2024.

Em 2000, 93,8% das importações de Marília se concentraram em cinco produtos, totalizando US$ 4,3 milhões. O cód. 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) foi o principal, com US$ 1,6 milhão (36,6% do total). Em seguida vieram o cód. 12 (Oleaginosas e cereais), com US$ 764 mil (17,4%); o cód. 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros), com US$ 653 mil (14,9%); o cód. 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais), com US$ 596 mil (13,6%); e o cód. 54 (Filamentos sintéticos ou artificiais; fios têxteis sintéticos), com US$ 242 mil (5,5%). Do ponto de vista da agregação de valor, nota-se que os códigos 84 e 54 alcançaram as maiores unidades de valor (US$ 11,20/kg e US$ 5,15/kg, respectivamente), enquanto os demais códigos registraram UV próxima de US$ 1,00/kg.

Em 2006, o total importado alcançou US$ 11,2 milhões, dos quais 88,2% se concentraram nos cinco principais produtos. O cód. 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) manteve-se à frente, com US$ 2,9 milhões (26,5% do total). Na sequência veio o cód. 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais; ceras), que somou US$ 2,1 milhões (18,8%). O cód. 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros) ocupou a terceira posição, com US$ 1,3 milhão (12,3%), seguido pelo cód. 10 (Cereais) com US$ 1,1 milhão (10,0%) e pelo cód. 08 (Frutas, casca de cítricos e outras frutas), com US$ 983 mil (10,0%). Os demais itens somaram 11,8% (US$ 1,3 milhão). Do ponto de vista da agregação de valor em 2006, percebe-se que o cód. 84 manteve a maior unidade de valor (US$ 20,84/kg), seguido pelo cód. 08 (US$ 6,20/kg). Os demais códigos apresentaram UV mais próximas de US$ 1,00/kg.

Em 2012, Marília importou US$ 44,8 milhões, dos quais 88,5% concentraram-se em cinco códigos. O cód. 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros) liderou, com US$ 15,4 milhões (34,4%); o cód. 39 (Plásticos e suas obras) totalizou US$ 10,2 milhões (22,7%); o cód. 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) somou US$ 7,3 milhões (16,3%); o cód. 10 (Cereais) respondeu por US$ 1,1 milhão (10,0%); e o cód. 08 (Frutas; casca de cítricos e outras frutas) atingiu US$ 1,0 milhão (8,8%). Em termos de agregação de valor, o cód. 84 manteve a maior unidade de valor (US$ 15,80/kg), seguido pelo cód. 08 (US$ 6,20/kg), pelo cód. 03 (US$ 2,89/kg), pelo cód. 39 (US$ 2,20/kg) e pelo cód. 10 (US$ 0,16/kg), indicando que a pauta combinou bens de alto valor agregado (máquinas e frutas) com produtos de menor unidade de valor (cereais).

Em 2018, Marília importou US$ 35,5 milhões, dos quais 87,8% concentraram-se em cinco códigos. O cód. 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros) liderou, com US$ 14,6 milhões (41,1%); o cód. 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) somou US$ 6,7 milhões (18,9%); o cód. 90 (Instrumentos e aparelhos ópticos, fotográficos, cinematográficos, de medida) totalizou US$ 4,8 milhões (13,7%); o cód. 08 (Frutas; casca de cítricos e outras frutas) importou US$ 3,9 milhões (11,0%); e o cód. 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais; ceras) alcançou US$ 1,0 milhão (3,0%). Em termos de agregação de valor, o cód. 90 manteve a maior unidade de valor (UV), com US$ 478,29/kg, seguido pelo cód. 84 (US$ 26,91/kg), cód. 08 (US$ 6,18/kg), cód. 03 (US$ 4,51/kg) e cód. 15 (US$ 1,83/kg), indicando a combinação da importação de itens de alta e média complexidade tecnológica com produtos de menor valor agregado.

Em 2024, as importações totalizaram US$ 47,8 milhões, com uma concentração de 81,8% nos cinco principais produtos. O código 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros) manteve a liderança, representando US$ 16,0 milhões (33,5%) do total, seguido do código 08 (Frutas; casca de cítricos e outras frutas), que subiu para a segunda posição, com US$ 6,8 milhões (14,2%). O código 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos), embora ainda relevante, caiu para a terceira posição, com US$ 6,6 milhões (13,9%). Na quarta posição, o código 12 (Oleaginosas e cereais) registrou importações de US$ 3,6 milhões (7,6%), e o código 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais) fechou o top 5, com US$ 3,2 milhões (6,7%). Os “Outros” produtos representaram US$ 8,7 milhões (18,2%) do total importado em 2024, evidenciando a tendência de maior diversificação das importações. Do ponto de vista da agregação de valor em 2024, o cód. 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos mecânicos) alcançou a maior UV de US$ 16,12/kg. Foi seguido pelo cód. 08 (Frutas, casca de cítricos e outras frutas), com US$ 7,47/kg, e pelo cód. 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros), que registrou US$ 6,15/kg. A quarta colocação foi para o cód. 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais), que apresentou UV de US$ 2,25/kg e, por último, o cód. 12 (Oleaginosas e cereais) com US$ 1,55/kg.

Em síntese, tanto nas exportações quanto nas importações de Marília observa‐se uma pauta fortemente concentrada em poucos códigos, com crescimento expressivo até 2012 seguido de estabilização e ajustes. Nas exportações, os códigos 17 (Açúcares e produtos de confeitaria) e 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) concentram mais de 80% do total em 2000 e mantendo liderança intercalada até 2024, com a participação nos top5 superior a 90% em todo período. Nas importações, os códigos 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos), 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros) e 08 (Frutas, casca de cítricos e outras frutas) se revezaram na primeira posição, assim como a participação dos top5 recuando de 93,8% (2000) para 81,8% (2024).

Sob a perspectiva da agregação de valor, a UV das importações de Marília aumentou no período. O cód. 03 (Peixes, crustáceos, moluscos e outros) passou de 0,84 para 6,15 US$/kg; o cód. 08 (Frutas, cascas de cítricos e outras frutas) variou de 6,20 a 7,47 US$/kg; o cód. 12 (Oleaginosas e frutos oleaginosos; cereais) subiu de 0,63 para 1,55 US$/kg; o cód. 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais) variou de 1,00 a 2,25 US$/kg. Máquinas e aparelhos (cód. 84) oscilaram entre 11,20 e 26,91 US$/kg, enquanto instrumentos ópticos (cód. 90) atingiram 478,29 US$/kg em 2018.

A pauta de importação de Marília se mostra complementar à especialização produtiva da indústria alimentos: os produtos dos códigos 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros), 08 (Frutas; casca de cítricos e outras frutas), 12 (Oleaginosas e cereais) e 15 (Gorduras e óleos animais ou vegetais) atendem às necessidades de insumos do setor, enquanto os códigos 84 (Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos) e 90 (Instrumentos e aparelhos ópticos) se destinam a aquisição de máquinas e equipamentos de média e alta complexidade tecnológica para repor o desgaste ou ampliar e sofisticar a capacidade de produção.

 

3 Considerações finais

 

Ao longo do período de 2000 a 2024, observa-se que as exportações de Marília cresceram expressivamente até 2012 e, desde então, se estabilizando, e com forte concentração em poucos países de destino e gradual diversificação. Já as importações registraram expansão até 2012, recuaram em 2018 e voltaram a subir em 2024, mantendo como principais fornecedores países da América do Sul e ampliando a participação de países da Ásia e da Europa. Quanto aos produtos, a pauta exportadora é dominada por itens da indústria alimentícia (açúcares, oleaginosas e preparados de cereais), refletindo a vocação competitiva do setor, enquanto a pauta importadora combina bens de capital (máquinas e instrumentos de alta tecnologia) e insumos alimentícios (pescado, frutas e óleos), indicando a complementaridade das importações com a vocação industrial do setor alimentício de Marília.

 

Referências

MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS(MDIC). ComexStat. Dados por Municípios. Brasília, 2025. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/municipio. Acesso em 03 de jun. 2025.

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